quinta-feira, 24 de junho de 2010


A educação do Brasil está passando por vários problemas, e o "tempo" não seria o culpado, muitos professores trabalham com sua carga horária cheia, muitas escolas não lhe oferecem um local de trabalho e materiais adequados, e o profissional que levou anos para se formar tem que trabalhar de maneira precária e sem nenhum estímulo. Onde estão os responsávies por isso? Será apenas o professor, ou todo um conjunto de pessoas que fazem parte da educação, como Secretários, Coordenadores, Ministros, e assim por diante.

Será que eles também gotariam que colocassem alguém para controlar o tempo deles?

Seria interessante saber o que eles fazem para que a nossa educação seja mais eficaz!

O que vocês acham? Respondam a enquete que farei sobre está reportagem e deixe a sua opinião.

A reportagem da Rev. Veja, mostra como querem avaliar os professores em sala de aula. Será que seria necessário um cronômetro para isso?


CONTROLE DO TEMPO
Escola municipal no Rio de Janeiro: os cronômetros vão ajudar a entender as causas da evidente ineficácia na sala de aula.

As avaliações oficiais para medir o nível do ensino no Brasil têm se prestado bem ao propósito de lançar luz sobre os grandes problemas da educação – mas não fornecem resposta a uma questão básica, que se faz necessária diante da sucessão de resultados tão ruins: por que, afinal, as aulas não funcionam? Muito já se fala disso com base em impressões e teoria, mas só agora o dia a dia de escolas brasileiras começa a ser descortinado por meio de um rigoroso método científico, tal como ocorre em países de melhor ensino. Munidos de cronômetros, os especialistas se plantam no fundo da sala não apenas para observar, mas também para registrar, sistematicamente, como o tempo de aula é despendido. Tais profissionais, em geral das próprias redes de ensino, já percorreram 400 escolas públicas no país, entre Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. Em Minas, primeiro estado a adotar o método, em 2009, os cronômetros expuseram um fato espantoso: com aulas monótonas baseadas na velha lousa, um terço do tempo se esvai com a indisciplina e a desatenção dos alunos. Equivale a 56 dias inteiros perdidos num só ano letivo.

Já está provado que a investigação contínua sobre o que acontece na sala de aula guarda relação direta com o progresso acadêmico. Ocorre, antes de tudo, porque tal acompanhamento permite mapear as boas práticas, nas quais os professores devem se mirar – e ainda escancara os problemas sob uma ótica bastante realista. Resume a especialista Maria Helena Guimarães: "Monitorar a sala de aula é um avanço, à medida que ajuda a entender, na minúcia, as razões para a ineficácia". Não é de hoje que países da OCDE (organização que reúne os mais ricos) investem nessas incursões à escola. Os americanos chegam a filmar as aulas. O material é até submetido aos professores, que são confrontados com suas falhas e insucessos. Das visitas que fez a escolas nos Estados Unidos, o pedagogo Doug Lemov depreendeu algo que a breve experiência brasileira já sinaliza: "Os professores perdem tempo demais com assuntos irrelevantes e se revelam incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital".

Numa manifestação de flagrante corporativismo, os professores brasileiros chegaram a se insurgir contra a presença dos avaliadores dentro da sala de aula. Em Pernambuco, o sindicato rotulou a prática de "patrulhamento" e "repressão". Note-se que são os próprios professores que preferem passar ao largo daquilo que a experiência – e agora as pesquisas – prova ser crucial: conhecer a fundo a sala de aula. Treinados pelo Banco Mundial, os técnicos já se puseram a colher informações valiosas. Afirma a secretária de educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin: "Pode-se dizer que o cruzamento das avaliações oficiais com um panorama tão detalhado da sala de aula revelará nossas fragilidades como nunca antes". Nesse sentido, os cronômetros são um necessário passo para o Brasil deixar a zona do mau ensino.

Fonte: Rev. Veja, Roberta de Abreu Lima, ed. 2170, 23/6/10.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Reajuste salarial para o magistério municipal - Prefeitura não aplica índice exigido por lei à Educação

A Prefeitura Municipal de Uruguaiana, em 2009, obteve receita resultante de impostos no valor de R$ 83.076.405,92 e aplicou R$ 21.708.708,62 desta receita, representando um coeficiente aplicado em Educação de 26,13%, quando por determinação legal, art.164 da Lei Orgânica do Município, deveria ter aplicado, no mínimo, 35% da receita.
O percentual de 50,46% da folha de pagamento do Magistério Público Municipal, incluído o 13º. salário, 1/3 de férias referentes ao exercício 2009 e 2010 e demais encargos sociais, foi custeada pelo lucro que o Município obteve junto ao FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Este lucro deve-se ao número de alunos atendidos pelos professores municipais. Portanto, metade do salário do professor municipal não foi pago com recursos oriundos do Município de Uruguaiana.
Embora a valorização do Professor deva estar presente na gestão pública do FUNDEB, a Prefeitura Municipal de Uruguaiana não usou o lucro do Fundo e 8,87% do orçamento para atender o constante no art. 206, inciso VIII da Constituição Federal - " O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:..." piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos da lei federal"..., ao contrário, tentou empurrar um plano SEM carreira.
Se houvesse vontade política e respeito à legislação vigente, o valor de R$ 6.822.454,32 (lucro do FUNDEB) mais R$ 7.429.872,00 (que a PMU deixou de aplicar em Educação) daria para reajustar em 100% o salário do professor e, ainda, sobraria R$ 733.882,00, acrescido do valor correspondente a 1/3 de férias de 2010, pagos em dezembro de 2009.
Considerando que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federal e que a Administração Pública deve obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, cumpre tornar público que o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, em sua ampla maioria, REJEITOU a prestação de contas do ano de 2009. Registrou o Conselho que a PMU não disponibilizou documentos necessários à verificação precisa e transparente da aplicação dos recursos do FUNDEB, incluído a aplicação inferior do percentual destinado à Educação.
Para as devidas providências do Poder Legislativo de Uruguaiana, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Estadual e Federal, publicamos.